Madrugada...

No frio da madrugada, buscamos aconchego pelo dia sofrido. Em um dia de chuva, onde tudo pode acontecer, e a maioria ruim, infelizmente, seguimos pelas ruelas e becos da cidade.


Sempre me pergunto porque eu continuo andando em direção a escuridão. Será que isso prova o quão desesperados somos por algo maior, mesmo quando arriscamos nossos pescoços?


A esperança de algo melhor faz com que rompamos barreira em busca desse algo melhor. Enfrentamos mares e montanhas pra poder chegar a isso. Mas e quando não vem?


Todo homem tem aquilo que, mesmo sem saber, continua adormecido em seu coração e que pode despertar nas horas mais sombrias.


Essa esperança ilumina nosso caminho em meio a escuridão e nos faz avançar ainda mais em busca do prometido, do bem maior que todos buscam.


Alguns só esquecem de recorrer a essa luz quando precisam. Abandonam tudo e abraçam a escuridão.


Será que esse bem vale nossas vidas?

Vazio...

Por muito tempo, ficamos esperando que algo aconteça na nossa vida. Alguns por coisas grandes, e outros por coisas simples.


Mas no final das contas, o que queremos?


Todo ser humano tem um vazio dentro de si. Uma necessidade, um ponto em que nos sentimos vazios. E as vezes temos todo o tempo do mundo, mas é fácil de ser preenchido. As vezes nunca achamos o que falta.


Uma pessoa, uma conquista ou até bens materiais. Existe algo para todos nós. 

Coitados são aqueles que não possuem esse vazio. Saúdem aqueles que procuraram, os que sofrem. Mas os que serão felizes...

Questões...

Tem vezes que nos perguntamos o que queremos da vida. Será que aquilo que eu faço é certo? Será que é esse o futuro que eu quero ter?

Sabe, muitos me dizer que eu não devo fazer perguntas enquanto escrevo, mas no fundo é disso que somos feitos. Perguntas.

Pode até parecer um cliche, mas o que é o homem se não perguntas? São elas que movem o mundo.

Uma vez Eistein disse "O importante é não parar de questionar. A curiosidade tem sua própria razão de existir". E como já disse um grande gênio, aqui estou eu, questionando as coisas que me cercam.

E voltando ao ponto principal, o que é a vida, e o que dela eu quero? Talvez nunca tenhamos essa resposta, mas não importa, faz parte da natureza humana questionar, afinal, é isso que move o mundo...

Cansaço...

Dizem que todos buscam algo na vida. Trabalho, um bem material ou talvez alguém especial.

A verdade é que eu sou uma das pessoas que já desistiu de buscar por esse algo. Talvez tenha esquecido como é olhar para os lados. 

Não tenho vontade de olhar para trás, nem sei se devo.

Por enquanto eu apenas sigo em frente. Me contento em continuar andando. Esperando que esse algo caia na minha frente, ou que esbarre nele.

Mas como saberei que o encontrei, se nem ao menos sei o que procuro?

Sigo vagando apenas, ouvindo o sempre presente barulho do mar. Sentindo as ondas nos meus pés e a suave brisa no rosto.

Esperando que a noite caia e traga a serenidade das trevas que me cercam.

Tardes...

Muitas vezes me pego pensando sobre como fazer as coisas renderem. Digo, as tardes vazias são as mais interessantes e as mais tediosas.

Temos muito tempo para fazer tudo o que quisermos e tudo que precisamos, mas a falta de obrigação com tarefas faz com que não fazemos tudo de forma concreta.

Mas podemos pensar. Sem nada para fazer, podemos deixar nossa mente viajar por tudo que conhecemos. Deixamos que apenas nossas ideias mandem por onde a tarde vai.

De qualquer modo, sempre achei que uma pessoa só pode ser feliz quando se conhece, e que melhor maneira de se conhecer do que pensar?

Às vezes não nos conhecemos direito porque não nos damos tempo pra isso. Então gaste parte do seu dia pensando. Filosofe. Crie sua própria teoria sobre a vida, viva do modo que quiser...

Insegurança...

Como saber destingir a hora certa? Quanto pode-se fazer aquilo que se mais deseja? Qual a diferença entra proibido e desejado? Será que podemos quebrar essa barreira para um bem comum? Ou somos forçados a enfrenta-la e respeita-la para sempre?

Até mesmo quando não parece se ter uma solução é necessária muita reflexão. Até que ponto podemos suportar atos que nos mesmo queremos, mas não podemos faze-los no momento?

É verdade porém que sempre estaremos prontos para eles, mesmo quando o tempo passa. Só quando temos a plena certeza de suas consequencias e quando estamos dispostos a arcar com elas esses passos poderão ser tomados.

Por mais ensolarado que o dia a frente pareça, sempre temos que esperar que o sol nasça.

Sofrimento...

As vezes me pergunto qual a função dessa dor, qual o motivo, e porque tenho que atura-la todo dia.


Não importa o que eu faça, ela está sempre ali, como um lembrete por algo que eu fiz, e as vezes por algo que não fiz.


Como posso me sentir culpado por tais coisas. Penso todo dia. No final das contas sempre tem um ombro amigo para me fazer sorrir. Alguém sempre está lá para me dar uma sensação de segurança.


Me sinto bem com isso. Mas no fim eu sei que não adianta. Sempre volta essa dor interminável, essa culpa infinita.


Por mais iluminados que sejam os dias, sempre haverá aqueles sombrios, que inevitavelmente voltam e me sufocam.